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Regras básicas de condomínio: guia prático para morar bem (sem conflitos)

Toda boa convivência começa com regras claras. Este guia reúne as regras-base que não podem faltar em nenhum condomínio — uso das áreas comuns, silêncio, obras, pets, estacionamento e mais — sempre alinhadas ao Código Civil, leis locais e ao Regimento Interno. Inclui checklists, boas práticas e um mini-roteiro para aprovar, comunicar e aplicar as normas sem atritos.
Por que regras importam (e muito)
Regras bem escritas trazem previsibilidade para o dia a dia, reduzem conflitos e protegem o patrimônio comum. Elas devem respeitar a legislação (municipal, estadual e federal), o Código Civil e a Convenção/Regimento do condomínio — e ser comunicadas de forma simples a todos.
O que toda regra precisa ter
- Finalidade clara: por que existe? (ex.: preservar o descanso, garantir segurança).
- Aplicabilidade objetiva: quem deve cumprir, onde, quando e como.
- Consequência conhecida: advertência, multa, suspensão de uso (quando cabível), com base na Convenção/Regimento.
- Canal oficial: como tirar dúvidas e como registrar ocorrências.
As regras básicas — ponto a ponto
1) Uso das áreas comuns
- Destinação e horários: salão de festas, churrasqueira, quadra, academia, brinquedoteca.
- Reserva e entrega: como reservar, tempo máximo de uso e entrega do espaço limpo.
- Capacidade e segurança: limite de pessoas, idade mínima de crianças desacompanhadas, EPIs onde couber (academia).
2) Horários de silêncio
- Dias úteis: referência comum 22h–8h (ajuste conforme sua realidade e leis locais).
- Finais de semana/feriados: defina janela um pouco mais flexível, mas clareie exceções (festas previamente autorizadas).
- Boas práticas: tapetes/mantas sob móveis, aviso prévio ao vizinho para eventos pontuais, contato rápido em caso de incômodo.
3) Obras e reformas nas unidades
- Autorização e documentação: quando exigir ART/RRT, manual do proprietário, projeto de alteração.
- Horários e logística: janela de obra, proteção de elevadores/corredores, transporte de entulho e ponto de carga/descarga.
- Limites técnicos: proibido alterar fachada/estruturas e sistemas comuns (hidráulico/elétrico) sem aprovação.
4) Animais de estimação (pets)
- Convivência responsável: coleira nas áreas comuns, recolhimento de dejetos, carteirinha de vacinação.
- Restrições de circulação: áreas onde o pet pode ou não acessar.
- Ruído e risco: regras para latidos persistentes e posturas agressivas (procedimento de notificação e mediação).
5) Estacionamento e garagem
- Vaga e respeito ao traçado: estacionar dentro dos limites, sem obstruir.
- Velocidade segura e circulação: limite por sinalização; proibida carona em portões.
- Visitantes e prestadores: regras de acesso, identificação e tempo de permanência.
6) Entregas, portaria e segurança
- Identificação obrigatória de visitantes/prestadores.
- Procedimentos de entrega: onde retirar encomendas, horários e exceções (itens perecíveis).
- Fluxo de exceção: o que fazer se o visitante não estiver autorizado (roteiro simples para o porteiro e moradores).
7) Resíduos, limpeza e meio ambiente
- Coleta e reciclagem: dias/horários, segregação básica (se houver coleta seletiva).
- Itens especiais: eletroeletrônicos, óleo, móveis — como proceder.
- Sanções por descarte irregular em áreas comuns.
Como aprovar e comunicar (sem ruídos)
- Rascunho das regras: escrito em linguagem simples, com base na Convenção/Regimento.
- Assembleia: pauta objetiva, quórum exigido e ata clara.
- Comunicação em 3 passos: e-mail/app, cartazes nas áreas sensíveis e versão resumida no elevador.
- Treinamento rápido para porteiros/colaboradores (20–30 min): “como aplicar” e “como registrar” exceções.
Aplicação: educação primeiro, penalidade quando necessário
- Degraus de sanção: orientação → advertência → multa (nos moldes da Convenção/Regimento).
- Provas e registro: datas, fotos, vídeos, testemunhas, protocolo no app/livro de ocorrências.
- Mediação: ofereça conversa assistida antes da punição quando fizer sentido (reduz reincidência).
Papel de cada um
Síndico/gestão
- Manter regras atualizadas e exequíveis.
- Garantir treinamento e fiscalização isonômica.
- Prestar contas e comunicar resultados (ex.: queda de ocorrências).
Moradores
- Conhecer e cumprir as normas aprovadas.
- Dialogar com respeito e usar os canais oficiais para reclamações/sugestões.
Conselho
- Apoiar a revisão periódica das regras e acompanhar indicadores (ocorrências, custos, satisfação).
Erros comuns (evite!)
- Textos genéricos que abrem interpretação (“barulho excessivo” sem parâmetro ou horário).
- Regras inexequíveis (proibições que a portaria não consegue controlar).
- Mudanças sem assembleia ou sem comunicação formal.
- Punições fora do que está previsto na Convenção/Regimento.